Tive enorme apoio de esposa e filhos, que sempre se mostraram otimistas , competentes e carinhosos, respondendo à altura a todas as demandas que se apresentaram.
Acontece que existe um profundo gap entre a ideia que está em uma cabeça e o que é culturalmente compreensível.
A família normalmente nao consegue sair do cultural e isso limita a comunicação de forma geral. O novo exige o desconforto e o tempo entre a maturação da ideia e a compreensão da ideia é um processo, às vezes, coletivo que exige paciência e sabedoria.
A atividade cerebral muito exacerbada do paciente induz a uma criatividade nunca antes experienciada. Isto se deve a 2 fatores distintos. 1) O Cérebro querendo se recuperar ‘turbina-se” e 2) por não carecer de tanto mecanismo de auto-defesa,”sobra” mais energia, que é direcionada para a criatividade. Estes fatores imprimem um tom que leva mais para a desarmonia do que para a harmonia quando se pensa em relação aos relacionamentos interpessoais. Isto se dá em função da inexperiência das partes envolvidas: o reabilitando procurando compreender o processo ,que é novo e trata o novo como “um velho conhecido”e a família que apoia este velho jovem , que já foi provedor e hoje só quer estar junto, pois confia em cada um dos seus.
Concluindo, a reabilitação é a conclusão de um processo muito grande e complexo. Ela depende de vários fatores, entre eles : processo fisiológico das células, o conhecimento técnico e a ética dos Profissionais de saúde , o esforço e a aceitação do paciente, posicionamento do paciente frente a reabilitação, o apoio da família que é fundamental e principalmente a paciência de todos os envolvidos no processo e a interação social destes.