O cérebro estabelece uma síntese de como será a auto imagem produzida pelos elementos pertencentes ao processo. Isso se chama propriocepção.
Essa auto imagem lida com o corpo fazendo a interface cérebro-corpo. Cada músculo liga-se ao sistema nervoso central e os movimentos funcionais produzidos pelo músculo são dependentes dessa conexão.
Quando eu acordei na UTI do hospital algo me incomodava por sob os lençóis. O incômodo era proporcionado pelo membro esquerdo que eu não identificava como meu. Após a avaliação e constatação da hemiplegia, começou o processo de reidentificação da metade do meu corpo que eu havia “perdido”. Nesse momento eu me conectei com forças maiores e questionei “devo ter medo?”. A resposta foi “não tenha medo, pois o melhor acontece a cada um”. Após esse evento eu senti que tudo estava certo e que a situação seria proveitosa, por mais que parecesse esquisita. Só existe o “aqui e agora”, fixar-se numa etapa anterior impediria o “aqui e agora” e traria o sofrimento (sensação de que algo não está de acordo).
Em síntese, o importante é acreditar em algo maior. Quando a aprendizagem vem só dos olhos, a vivência é muito rasa. Quando você está numa cadeia maior a aprendizagem é mais segura, pois você localiza-se melhor, é como se fosse a propriocepção hiper ampliada e seguir em frente torna-se algo natural.